terça-feira, 3 de agosto de 2010

As lacunas necessárias

Ok, vamos lá, direto ao ponto: existem certos momentos no qual o silêncio é mais precioso do que qualquer palavra, do que qualquer som. E olha que a afirmação ta vindo da boca (ou dos dedos, no caso) de um falastrão inveterado, daqueles que realmente não sabe a hora de parar de falar.
Eu sei que essa afirmação não é nenhuma novidade, e se você, que por algum motivo está lendo esse texto, acha que vai encontrar algo inovador nas linhas que vêm a seguir, desculpa mas não vai ser dessa vez.
Assistam esse pequeno clipe da música O Vencedor, da minha eterna banda favorita:

Exatamente aos 2:54 de video, rola um dos melhores silêncios que eu já ouvi, é de arrepiar quando escutado ao vivo. É, porque a gente ouve o silêncio, por mais que fisicamente isso não faça o menor sentido, no campo da percepção sentimental, faz todo sentido, TODO.
Não acredita? Então imagine a cena: um casal de namorados recentes passeia pelo parque, quando depois de chupitar um sorvete de bacuri (sim, a história fictícia se passa em Belém) o rapaz, muito empolgado, manda um “eu te amo, Joanita”, e o que ele ouve em resposta? Um silêncio cortante de 2 segundos seguido de um “também gosto muito de você, Pablo”. Perceba que o “também gosto muito de você” apenas acaba de enfiar a faca, mas quem a crava no peito do pobre Pablo é o Silêncio de 2 segundos, silêncio esse com “S” maiúsculo, porque é nesse exato momento que ele se torna uma entidade devoradora de corações. Tsc tsc...Pobre Pablo.
Mas o silêncio não é arauto apenas de maus momentos nesses assuntos de coração. Há aquele silêncio de um abraço forte e demorado, aquele abraço aguardado ou de surpresa, tanto faz, seja ele de saudade, de amor, de gratidão ou de afago, nesse momento, o silêncio é um poço de bons sentimentos onde você escolhe aquele que quiser e se apega a ele, até que esteja satisfeito.
O fato é que lacunas são importantes na vida, pelo menos eu penso dessa forma, e o silêncio é uma forma de criar lacunas, ou até mesmo de preenchê-las, vai de como ele aparece. Seja numa música do Los Hermanos ou num diálogo entre namorados, o silêncio se faz perceber pelo que o torna único: o fato de ele, por si só, ser uma ausência.

sexta-feira, 30 de julho de 2010

"Isso não pode ter sido obra do acaso" PODE SIM!


Sabe uma coisa que eu odeio? Destino. Sério, não gosto nenhum pouco do conceito dessa palavra. Acho ridículo pensar que a minha vida já está escrita, e que os fatos acontecem porque eles têm de acontecer conforme algo pré-estabelecido. Onde estaria a graça da coisa toda, então?
Vamos fazer um exercício de criatividade. Vamos imaginar que Deus, Buda, Alá, Jah, Bill Murray, ou seja lá qual for a entidade superior que você acredite, definiu tudo que vai acontecer com você desde o início dos tempos. Qual a graça de ele te colocar no mundo então? Seria Ele um escritor de cinema? Que faz o script pra depois ver ele “acontecer” na tela? Ou então imaginemos algo pior: A existência toda se resume a uma “grande redação cósmica” assim, como numa redação de jornal, onde a tal entidade superior só faz revisar os “textos” escritos pela sua equipe de redatores antes de deixá-los serem “publicados”, você poderia ter o azar de seu destino cair nas mãos de um péssimo escritor, ou poderia ser agraciado tendo sua sorte lançada nas mãos de um Bukowski. Meio tenso esse papo né não?
Seja como for, acho essa história de destino uma coisa muito furada. Não combina com livre-arbítrio que é um conceito que eu curto muito. A vida é feita de coincidências, sejam elas boas ou ruins, forçadas ou naturais. Tudo é uma questão de timing, momento certo, lugar certo, pessoa certa. Tudo depende das suas escolhas.
Pode ter certeza, não é a grande influência cósmica das linhas traçadas do destino que vão lhe fazer encontrar um noivo, ou uma noiva, arranjar um emprego ou ainda, ganhar na loteria. Que bom! Corre que ainda dá tempo de passar na lotérica.

P.S. A foto é uma nerdice sem tamanho. auhauhau =]

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Listras vermelhas e inox.



Vocês já precisaram entrar numa loja especificamente para comprar utensílios domésticos? Já? Ok, então entenderão as linhas a seguir:
INFERNO! Sim, o lugar é um inferno. Não falo isso porque eu odeie lojas ou utensílios para o lar, falo por acreditar que esta seja a parte mais difícil da mudança: conseguir equipar a casa. É impressionante como uma vez dentro da sessão “para o lar”, é difícil sair. Ao mesmo tempo que você quer se convencer de que não precisa de nada dali, o cérebro informa que precisa de tudo, inclusive daquela molheira(?) super legal e inox. É, ter a “condição” inox destaca os produtos entre os seus iguais. O dia que eu inventar alguma coisa, vai ser inox com certeza.
Já reparou na quantidade de opções disponíveis para um mesmíssimo objeto? Até mesmo para um simples prato branco de porcelana existem 7364763 modelos diferentes em um corredor, todos brancos e de porcelana, assim bem óbvio mesmo. Copos? Um pouco mais variados, pois rola um relevo e coisa do tipo. Agora poucas coisas são tão irritantes quanto os escorredores de louça. São todos iguais, mesmo os diferentes, só muda quando muda o material, do plástico pro santificado inox, e mesmo assim, pode ter certeza, você escolherá o pior deles, aquele que o copo escorrega, aquele que é difícil de lavar, aquele que não segura firme o prato.
Vocês sabem o valor de uma listra vermelha? R$ 5,79. Aprendi isso analisando a diferença de preço de duas travessas da mesma marca, idênticas, com uma única diferença... a bendita listra vermelha, que provavelmente deixará sua comida mais gostosa e combinará perfeitamente com o seu transado jogo americano.
Variedade de opções é ótimo, mas só funciona se os produtos forem de fato variados. A culpa não é de quem produz os objetos, óbvio, nem dos vendedores que colocam 40 produtos iguais, de marcas diferentes e com o mesmo preço na mesma prateleira. A culpa é toda minha que inventei de me mudar. Por sinal, to repintando o apartamento, acho que vou colocar uma faixa vermelha pra ver se valoriza.

sábado, 10 de abril de 2010

Assim mesmo, em CAIXA ALTA...



Juro que não esqueci o blog, apenas não tenho disciplina para escrever assim, como hobby...como diversão. Sim, acho divertido escrever bobagens em um blog, mesmo que eu saiba que apenas uma ou duas pessoas lerão, sendo que dessas duas, 0% vão achar o texto relevante, e outros -100% terão suas vidas mudadas com sua passagem por aqui.
Pois bem, eis que nesta noite fria de outono em São Paulo uso minhas palavras como espanador e tiro as teias de aranha das páginas deste espaço.
Ok, sobre o que falar? Poderia falar sobre essa mudança de cidade; ou ainda sobre a mudança de apartamento, que está prestes a acontecer; que tal dissertar sobre a mudança de morar com os pais e depois passar a ter que se virar sozinho? Puxa vida, são tantas mudanças que acho que o tema do texto não poderia ser outro além desse: MUDANÇA.
É, MUDANÇA, assim mesmo em caixa alta, pra combinar com a intensidade com que elas vêm acontecendo na minha vida. É natural da espécie humana ter medo de mudanças, ou pelo menos ficar apreensivo com elas, pois é do nosso instinto temer o desconhecido, mas acredito que são as mudanças que movem o mundo, elas que fazem essa joça toda funcionar, afinal o que seria da história do mundo sem as grandes revoluções? sejam elas políticas, científicas ou comportamentais, todas ajudam na evolução do nosso pensamento, seja com exemplos bons ou ruins.
Nossa! Que coisa chata esse texto...eu poderia pressionar o backspace e começar de novo, falando de um tema mais agradável e divertido. Acho que não, outono não é o mês das cores sóbrias? dos tons de marrom nas folhas secas que abandonam seus galhos? entam tratemos de coisas mais sérias.
Esse é minha primeira postagem depois de me mudar pra São Paulo. Tem pouco tempo, mas já deu pra sentir o quanto essa cidade é diferente de tudo. Uma cidade maluca, de oportunidades em todos os sentidos. Uma cidade para ser vivenciada. Uma cidade GRANDE. É, GRANDE, assim mesmo em caixa alta...

sábado, 2 de janeiro de 2010

Cama, mesa e banho. Na verdade, só cama.



Vou para a cama tentando achar um punhado de sono perdido por algum canto quente e confortável desse objeto que assim como serve de recanto de paz e repouso, pode ser uma máquina de tortura, das mais vis e cruéis que podem existir. Na verdade, não sei nem se a cama ainda tem status de objeto, já que muita das vezes ela é a melhor amiga que se pode ter, ou mesmo a melhor companhia. Algumas outras vezes, ela é a única coisa que queres ter por perto o dia todo. Ah, vai, quem nunca passou o dia todo deitado nela, depois de uma grande desilusão amorosa e ELA foi quem te enxugou as lágrimas, foi quem escutou os teus lamúrios, teus mal-dizeres e teus escárnios. Em contrapartida, ela também estava presente quando deitaste feliz da vida, lembrando do primeiro olhar, do primeiro beijo, da primeira transa, se é que desta última ela também não participou.
A cama e seu fiel escudeiro, o travesseiro, já foram cúmplices de vários momentos importantes das nossas vidas. Esse sim é um casamento verdadeiramente nas “leis de Deus”, pois ela tá aqui, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, pro que der e vier. Mas também que não se faça de santinha, pois quando quer, ela apronta das suas. Quem tem insônia (como este que vos escreve), sabe muito bem do que estou falando. Ficar deitado na cama, virando de um lado para o outro, enquanto as horas passam rapida e desesperadoramente, não é nada agradável e te deixa mais esgotado fisicamente do que a pelada do fim de semana com os amigos, o outro dia no trabalho ou na escola são de total “zoombienice”, pois o corpo tá ali presente, mas a consciência tá longe.
Nunca precisei ir a uma loja para escolher a minha cama, pois ainda moro com os meus pais, e sempre releguei a eles essa decisão. Como mãe é o ser mais iluminado da face da terra, ela nunca errou ao escolher uma pra mim, sempre fui muito satisfeito com as minhas camas, apesar de toda a insônia. Sinto que o momento de fazer a escolha, da minha cama está próximo, e sei que, uma escolha errada pode trazer dores de cabeça por muito tempo, já que a vida útil de uma cama, ao menos que você seja um super atleta do sexo, ou a use como trampolim, é longo.
Acredito que toda boa cama, assim como um bom terno, deveria ser feita sob medida. Acho até que isso existe, perdoem minha ignorância, mas como citei anteriormente, nunca precisei me preocupar em comprar uma. As vezes me questiono até se a cama que é a melhor para dormir, também é a melhor para se praticar outras atividades que se faz na horizontal. Vai saber né… O fato é que, cada um tem o seu gosto para cama, travesseiro e lençol. Tenho um amigo que fez faculdade comigo que sempre diz que poucas coisas deixam-no mais irritado do que alguém deitar primeiro do que ele na cama que tiver acabado de ser arrumada com colcha e lençois novos. Particularmente, não tenho muita objeção quanto a tipos de camas e colchas, só faço um comentário a respeito: não há nada como, depois de um dia de trabalho, tomar um belo banho e me meter embaixo do meu lençol com desenho de robozinhos, que, segundo a mamãe, tenho desde os 3 anos de idade. O lençol branco de robozinhos é sinônimo de conforto e uma boa noite de sono! Pena que lençol suja, senão, usava esse o tempo todo. Hoje por exemplo ele tá para lavar, então tenho que me contentar com o insosso e pouco confortável lençol azul de listras brancas, um saco. Ah, não há lençol como o branco de robozinhos…

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

1 de Janeiro de 2010



Tomar banho de chuva é algo tão banal numa cidade como Belém que não damos valor para isso, pelo contrário, na maioria das vezes nos irritamos profundamente por ter que chegar molhados ao trabalho, à escola, à faculdade…etc. De fato não é legal ter que passar o dia de trabalho com a roupa encharcada, sentado de costas para o condicionador de ar, ou ouvir aquele tipo de piadinha ao entrar na sala de aula: nossa, como você está suado, o Sol “tá muito forte” aí fora, fato é que, na correria na qual estamos habituados, a chuva tornou-se muito mais um empecilho para a nossa rotina do que um evento bem quisto e encarado com naturalidade, haja visto a quantidade de “p*#@ que pariu, tinha que chover na hora deu sair” que escutamos pelas bocas das pessoas.
Pois bem, eis que nesse primeiro dia de 2010, depois de ter encarado uma noite de intensa bebedeira comemorando a passagem do ano (noite que mereceria um post só pra ela) e acordar as 4 e meia da tarde, resolvo tomar banho de chuva, chuva que por sinal ainda cai na cidade no momento em que escrevo este relato (01:32 da madrugada). Sem hesitar, ligo para um amigo daqueles que sempre topa os convites mais esdrúxulos que fizeres, sem muitas perguntas, apenas com uma observação: nada que envolva homossexualidade.
Sem carteiras, sem celulares, sem roteiro e com apenas um real em moeda, pusemo-nos a caminhar pelas ruas da cidade em direção ao centro, com a chuva que àquela altura não estava tão forte, mas o suficiente para encharcar nossas roupas e tornar os passos um pouco mais pesados. A cada quadra percorrida ia ficando para trás, pelas poças d’água no caminho, uma opinião, uma idéia ou mesmo um devaneio surgido daquela despretenciosa caminhada vespertina, traçando assim, sem uma ordem cronológica, um perfil do ano que se passou, trazendo a tona discussões sobre acontecimentos de nossas vidas e as suas repercussões, praticamente uma retrospectiva 2009, mas sem a eloquência da voz do Sérgio Chapelin e sem as inutilidades de conhecimento geral, como o vencedor do BBB do ano ou a celebridade que teve filho. Depois de muita conversa, chegamos a conclusão de que foi um bom ano, na verdade, um excelente ano, recheado de mudanças, em sua grande maioria, para a melhor.
Resolvemos dar uma parada na Casa das Onze Janelas, no coração do Centro Histórico de Belém, sentamos num banco de madeira do jardim , que não sei se pelo cansaço da caminhada ou mesmo pelo bom design do móvel, pareceu extremamente confortável. A chuva deu uma “engrossada” dando a impressão de que estava apenas esperando que achássemos um porto seguro, para poder pesar mais forte sobre os nossos ombros. Como se estivéssemos seguindo um script, começamos a divagar sobre os momentos atuais de nossas vidas, onde estamos, profissionalmente, sentimentalmente, familiarmente, enfim, em diversos aspectos, o que imediatamente puxou um papo sobre metas e propósitos para esse ano que chegou com a responsabilidade de suceder um ano de conquistas e de boas mudanças, como já citado. Eu que não gostaria de estar na pele desse ano, pois vai ter trabalho, vai ter que se esforçar muito pra superar 2009, pelos menos no que diz respeito a minha vida. Não tenho do que reclamar, fiz muitos amigos, arranjei um emprego do qual eu gosto e na área que gosto, e pra finalizar surge a oportunidade de continuar meus estudos, tudo deu certo, mesmo o que começou errado.
Depois de duas horas de uma conversa séria e animadora, o cansaço, o frio e a fome nos avisaram que era hora de voltar para casa. Novamente não traçamos previamente um caminho de volta, apenas decidimos que não voltaríamos pelo mesmo lugar que viemos. Superstição? Ritual? Mandinga? Não! Pura praticidade. O papo da volta foi descontraído, sem aquele peso todo de reflexões importantes sobre a vida. Falamos de séries de TV da infância, desenhos animados e todo o tipo de papo que sempre surge quando dois nerds se encontram pra conversar. A chuva entrou no clima descontraído e resolveu “dar uma folga”, reduzindo-se a pingos que malmente podiam ser sentidos debaixo da camisa já encharcada. Chegando na Vila onde moramos, despedi-me do meu amigo e entrei em casa, cansado, com fome, com frio, porém revigorado, com a certeza de que não poderia ter sido melhor o meu primeiro dia do ano.
Quanto a chuva, pode parecer que esta é mera coadjuvante na história toda, mas sem ela eu não teria me motivado a sair de casa e não teria passado por tudo isso que descrevi parcamente, que pode parecer uma experiência comum da vida de todos, e realmente o é, mas é o tipo de hábito que devemos nutrir, pois, acima de tudo, faz bem pra alma. Não faz muito bem pro corpo, já que a possibilidade de pegar um resfriado é muito grande, mas numa cidade como Belém, que tem uma farmácia a cada esquina, isso não deve ser um motivo de grande preocupação.

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Olá infância, há quanto tempo...

Se tem uma coisa que me deixa verdadeiramente saudosista, é rever os desenhos e séries que passavam naquelas manhãs de fim de semana (eu estudava no turno matutino), ou naquele horário do almoço, entre chegar do colégio e tirar uma soneca valendo...ou jogar video-game...ou fazer dever de casa...ou uma daquelas super atividades que toda criança pratica. As aberturas das séries então são coisas que sempre me fazem querer voltar pelo menos 15 anos no tempo...



esse vídeo mostra algumas dessas aberturas. saudade imensa...